É noite: sobre os telhados de novo
Se perde o rosto redondo da Lua.
Ele, o mais ciumento de todos os gatos,
Olha enciumado para todos os amantes,
O pálido e gordo "Homem da Lua".
Arrasta o seu cio furtivo pelos cantos mais escuros,
Espreguiça-se encosta-se a janelas entreabertas,
Como um frade lascivo e anafado anda
De noite, atrevido, por caminhos proibidos.
Friederich Nietzsche in Assinar a Pele, Antologia de Poesia Contemporânea sobre Gatos, organização de João Luís Barreto Guimarães, Assírio & Alvim, Lisboa, 2001
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