Neko

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Qual é a origem da lenda de que os gatos teriam sete vidas?

Ninguém sabe ao certo. "O mais provável é que eles ganharam a fama por causa do seu sistema imunológico eficiente - já notou que é difícil gato ficar doente? - e por sua exímia agilidade, que lhes permite cair sempre de pé", diz o zoólogo Carlos Alberts, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), especialista em comportamento animal. Mas por que sete e não outro número? O curioso é que a quantidade de vidas varia de uma parte do planeta para outra. Nos países de língua inglesa são nove, em vez de sete vidas. Os dois números têm um significado místico especial em diversas culturas e religiões. Na cabala, o sete é um dos algarismos de maior potência mágica e o nove não fica atrás, representando a vida e a abundância.
Ainda que seja impossível apontar a origem exata da lenda, acredita-se que ela esteja na Idade Média, quando se imaginava que as bruxas se associavam aos gatos, principalmente os pretos. Em 1584, no livro Beware the Cat (Cuidado com o gato), o escritor inglês William Baldwin dizia que "é permitido às bruxas possuírem o corpo do seu gato por nove vezes". Outro inglês, John Heywood, reuniu, em 1546, uma coletânea de provérbios, dos quais um dizia que "a mulher, assim como o gato, tem nove vidas". Já os árabes e turcos nada tinham contra os gatos (Maomé vivia cercado deles) e seus provérbios falam em sete vidas. É provável que tenham passado essa versão para espanhóis e portugueses na ocupação da Península Ibérica pelos mouros - que teve início no século VIII e durou quase 800 anos. A partir de Portugal, o mito das sete vidas felinas logo chegou ao Brasil.


WTF?

Nieztche - A Gaia Ciência

"Temo que os bichos considerem o homem como um semelhante que se privou da razão animal sadia, como um animal no delírio, que ri e que chora, como um animal infeliz."

Akzhana Abdalieva


Santa paciência

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Aldemir Martins


Theophile Gauthier

“Quem pode acreditar que não há uma alma atrás daqueles olhos luminosos?”


Gato que Brincas na Rua - Fernando Pessoa

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Pulo do Gato


Os Gatos de Mark Twain

Bambino foi um dos gatos favoritos de Mark Twain (1835-1910) que, da infância - compartilhada com 19 gatos - até a velhice, nunca deixou de viver na companhia de pelo menos dois gatos. "Não se imagina uma casa de Mark Twain onde os gatos não reinem supremos", diz um de seus biógrafos. Em sua fazenda em Connecticut viviam 11 gatos.
Bambino era, na verdade, de sua filha, Clara, que tentou contrabandeá-lo para a clínica de saúde onde teve que passar algum tempo, mas foi descoberta e impedida de mantê-lo. Clara pediu ao pai que ficasse com Bambino até sair da clínica. Twain nunca mais devolveu o gato.
Por ter sido de Clara, Bambino, escapou da sina de ser batizado com um dos nomes estranhos que Twain dava aos seus gatos: Sin, Satan, Sour Mash, Famine, Flood, Pestilence, Lazy, Sackcloth, Beelzebub, Blatherskite...

O afeto de Mark Twain pelos gatos é comprovado em cartas:
 
Dear Mrs. Patterson,
The contents of your letter are very pleasant and very welcome, and I thank you for them, sincerely. If I can find a photograph of my "Tammany" and her kittens, I will enclose it in this. One of them likes to be crammed into a cornerpocket of the billiard table -- which he fits as snugly as does a finger in a glove and then he watches the game (and obstructs it) by the hour, and spoils many a shot by putting out his paw and changing the direction of a passing ball. Whenever a ball is in his arms, or so close to him that it cannot be played upon without risk of hurting him, the player is privileged to remove it to any one of three spots that chances to be vacant. . . .
Sincerely yours,
Samuel Clemens (Mark Twain)

e biografias:

Mr. Clemens borrowed a kitten one time, called Bambino, from Clara, who had him in the sanitarium, and had trained him to wash his own face in the bowl every morning -- which shows that he was a very smart little cat. He used to have this kitten up in his room at the Fifth Avenue house and he taught it to put out a light, too. He had a tiny little lamp to light his cigars with at the head of the bed, and after he got all fixed and didn't want the light any more, he taught that cat to put his paw on the light and put it out. Bambino would jump on the bed, look at Mr. Clemens to see if he was through with the light, and when Mr. Clemens would bow twice to him, he'd jump over on to that table quick, and put his little paw right on the lamp! Mr. Clemens was always showing him off; he did that for a lot of people that come there to call. 

Bambino



-A Lifetime with Mark Twain, Mary Lawton

Simon's Cat

Hora de dormir!


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Gato é Ingrato? - Ferreira Gullar

Dizem que gato
é muito ingrato
e indiferente:
só gosta da casa
não gosta de gente.

Mas é puro boato.
Quem isso inventou
Não gosta de gato.
Pois o nosso Gatinho
tem verdadeiro horror
de ficar sozinho.
Prefere estar junto
do dono ou de alguém que
lhe queira bem.

E se o dono viaja,
fica miando
por ele buscando
por toda a casa.
E quando ele chega fica tão
contente que sai em carreira
pela casa inteira.

É assim que ele diz,
lá à sua maneira,
o quanto está feliz.

Catman


Ilustração


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Genética


Diário de um Gato - Friskies

Você já se pegou perguntando o que seu gato faz na sua ausência? pois a proposta de "Diário de um Gato", primeiro filme realizado exclusivamente por eles, ajuda a satisfazer um pouco essa curiosidade!


 
Para ver mais, clique >Aqui




domingo, 14 de agosto de 2011

A Curiosidade quase matou o... Pássaro!

Não sei como ele entrou em casa e nem como foi parar na boca do Gaspar - que logo veio me mostrar sua conquista - mas piou o mais alto que pode e, após traumática luta pra se ver livre dos predadores, acabou conseguindo se livrar dos 7 felinos que enlouqueceram com a sua visita... foi salvo pelo gongo. Conseguiu escapar da boca de um deles e estava acuado atrás da cortina tantando se livrar da sinuca em que se meteu. Não sei porque não voou, talvez pelo pavor, mas se deixou pegar facilmente... era tão pequenino e tão lindo! coloquei-o de volta na rede de proteção que separa a varanda da rua e por lá ele permaneceu por alguns minutos - o tempo de correr pra pegar o celular e tirar uma foto - e saiu voando de volta à liberdade... são e salvo.


sábado, 13 de agosto de 2011

Einstein's Cat


Poesia infantil - Xadrez - Sidonio Muralha

É branca a gata gatinha
É branca como farinha.
É preto o gato gatão
É preto como o carvão.
E os filhos, gatos gatinhos,
São todos aos quadradinhos.
Os quadradinhos branquinhos
Fazem lembrar mãe gatinha
Que é branca como a farinha.
Os quadradinhos pretinhos
Fazem lembrar pai gatão
Que é preto como carvão
Se é branca a gata gatinha
E é preto o gato gatão,
Como é que são os gatinhos?
Os gatinhos eles são,
São todos aos quadradinhos.  

Sidonio Muralha, (Lisboa, 1920 – Curitiba, 1982)



O Corcunda de Notre Dame



terça-feira, 9 de agosto de 2011

Feline


Iran nineteenth century steel cast, incised, inlaid with gold and silver, chased mate
Musée du Louvre, Paris

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O Sonho do Gato


Pixel Art Limited Brief from Caryn Read on Vimeo.

O Gato Sou Eu - Fernando Sabino.


_Aí então, eu sonhei que tinha acordado. Mas continuei dormindo.
- Continuou dormindo.
- Continuei dormindo e sonhando. Sonhei que estava acordado na cama, e ao lado, sentado na cadeira, tinha um gato me olhando.
- Que espécie de gato?
- Não sei. Um gato. Não entendo de gatos. Acho que era um gato preto. Só sei que me olhava com aqueles olhos parados de gato.
- A que você associa essa imagem?
- Não era uma imagem: era um gato.
- Estou dizendo a imagem do seu sonho: essa criação onírica simboliza uma profunda vivência interior. É uma projeção do seu subconsciente. A que você associa ela?
- Associo a um gato.
- Eu sei: aparentemente se trata de um gato. Mas na realidade o gato, no caso, é a representação de alguém. Alguém que lhe inspira um temor reverencial. Alguém que a seu ver está buscando desvendar o seu mais íntimo segredo. Quem pode ser essa alguém, me diga? Você deitado aí nesse divã como na cama em seu sonho, eu aqui nesta poltrona, o gato na cadeira… Evidentemente esse gato sou eu.
- Essa não, doutor. A ser alguém, neste caso o gato sou eu.
- Você está enganado. E o mais curioso é que, ao mesmo tempo, está certo, certíssimo, no sentido em que tudo o que se sonha não passa de uma projeção do eu.
- Uma projeção do senhor?
- Não: uma projeção do eu. O eu, no caso, é você.
- Eu sou o senhor? Qual é, doutor? Está querendo me confundir a cabeça ainda mais? Eu sou eu, o senhor é o senhor, e estamos conversados.
- Eu sei: eu sou eu, você é você. Nem eu iria pôr em dúvida uma coisa dessas, mais do que evidente. Não é isso que eu estou dizendo. Quando falo no eu, não estou falando em mim, por favor, entenda.
- Em quem o senhor está falando?
- Estou falando na individualidade do ser, que se projeta em símbolos oníricos. Dos quais o gato do seu sonho é um perfeito exemplo. E o papel que você atribui ao gato, de fiscalizá-lo o tempo todo, sem tirar os olhos de você, é o mesmo que atribui a mim. Por isso é que eu digo que o gato sou eu.
- Absolutamente. O senhor vai me desculpar, doutor, mas o gato sou eu, e disto não abro mão.
- Vamos analisar essa sua resistência em admitir que eu seja o gato.
- Então vamos começar pela sua insistência em querer ser o gato. Afinal de contas, de quem é o sonho: meu ou seu?
- Seu. Quanto a isto, não há a menor dúvida.
- Pois então? Sendo assim, não há também a menor dúvida de que o gato sou eu, não é mesmo?
- Aí é que você se engana. O gato é você, na sua opinião. E sua opinião é suspeita, porque formulada pelo consciente. Ao passo que, no subconsciente, o gato é uma representação do que significo para você. Portanto, insisto em dizer: o gato sou eu.
- E eu insisto em dizer: não é.
- Sou.
- Não é. O senhor por favor saia do meu gato, que senão eu não volto mais aqui.
- Observe como inconscientemente você está rejeitando minha interferência na sua vida através de uma chantagem…
- Que é que há, doutor? Está me chamando de chantagista?
- É um modo de dizer. Não vai nisso nenhuma ofensa. Quero me referir à sua recusa de que eu participe de sua vida, mesmo num sonho, na forma de um gato.
- Pois se o gato sou eu! Daqui a pouco o senhor vai querer cobrar consulta até dentro do meu sonho.
- Olhe aí, não estou dizendo? Olhe a sua reação: isso é a sua maneira de me agredir. Não posso cobrar consulta dentro do seu sonho enquanto eu assumir nele a forma de um gato.
- Já disse que o gato sou eu!
- Sou eu!
- Ponha-se para fora do meu gato!
- Ponha-se para fora daqui!
- Sou eu!
- Eu!
- Eu! Eu!
- Eu! Eu! Eu






sábado, 6 de agosto de 2011

Passageiro insólito



Um gato tornou-se notícia na Inglaterra graças a um invulgar hábito. De acordo com uma notícia publicada no Daily Mail em meados de Junho, o felino branco pegava, desde Janeiro e várias vezes por semana um ônibus em West Midlands, entrando sempre no mesmo ponto e saindo no seguinte.
Segundo o jornal, uma loja de fish and chips (petisco britânico composto de peixe e batatas fritas) parecia ser o destino do passageiro de quatro patas.
Batizado Macavity, em homenagem à misteriosa personagem felina do poema de T.S. Elliot, o gato despertou a curiosidade dos usuários e  condutores, que não tardaram em familiarizar-se com a sua presença.
“Vê-lo sair do ônibus sozinho foi realmente estranho, porque não o tinha notado. No dia seguinte, parei em Churchill Road e mal abri as portas, o gato correu na direcão do  ônibus ,entrou e deitou-se debaixo de um dos bancos. Acho que ninguém reparou . Como já o conhecia do dia anterior, continuei e mal parei, ele saiu. Não sei por que razão entra no ônibus, mas parece gostar. O problema é que nunca paga bilhete”, contou Bill Khunkhun, um dos condutores do 311.
Paul Brennan, usuário regular do ônibus, também já se mostrava habituado a Macavity. “Quando o vi pela primeira vez pensei que estivesse acompanhado, só depois percebi que não. É o passageiro ideal: senta-se em silêncio, não se mete com ninguém e vai à vida dele”.

“Puss in Boots” (1954) – Lotte Reiniger, Carl Koch