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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Poema sobre o nascimento de filhotes - Pedro Amaral

Ela os recebeu como num susto,
Antes um alivio desconhecido.
Um a um foram surgindo, e logo, tateantes,
Buscavam no breu
Os bicos entumescidos.

Mal lhe recordava havê-los concebido,
Certo teria sido
Em hora de fraqueza
Cansada, acolhera
As gestões do parceiro,
E eis tudo:
Um frêmito, um ganido.

Agora
Envolve-os com o ventre
Lava-os do nascimento,
E os quer inteiros,
E os quer nutridos.

E não se pergunta
Se ha nisso tudo algum sentido.

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