The Black Cat - Edgar A. Poe
Associados, desde tempos imemoriais, ao sobrenatural e ao fantástico, os gatos (particularmente os pretos) não escaparam à imaginação prodigiosa e macabra do escritor norte-americano Edgar Allan Poe. Ele próprio amante destes animais, acabou por colocá-los no centro de um dos seus famosos contos – The Black Cat (O Gato Preto).
Escrita em finais de 1842, esta “short story” é publicada a 19 de Agosto do ano seguinte no The Saturday Evening Post. Nela, o escritor conta a história de um homem que, condenado à morte, decide relatar uma série de estranhos fatos que envolvem, entre outros, o seu gato preto Pluto (Plutão), que morto às suas mãos, regressa para o assombrar, obrigando-o a cometer um crime. Tal como Poe, também a personagem se diz amante de animais, mas o alcoolismo (outra das parecenças com o autor) acaba por colocar termo à saudável convivência com o felino doméstico.
A figura do gato surge, segundo alguns
estudiosos da obra de Poe, não apenas como imagem da superstição (a dada
altura, o narrador acredita que o animal é uma bruxa disfarçada) mas também
como metáfora para a perseverança, uma das características atribuídas aos
felinos.
Clássico do terror/fantástico, o conto
inspirou inúmeras peças de teatro e filmes, tendo ainda direito a adaptações
televisivas. No que toca à Sétima Arte, podem destacar-se The Black Cat,
filme de 1934, com Bela Lugosi e Boris Karloff, realizado por Edgar Ulmer;
Tales of Terror (1962) de Roger Corman com Vincent Price; e o mais recente Gatto
Nero (1981) de Fucio Fulci. E nem a rádio escapou à influência de Poe. Um
dos casos foi Mystery in the Air, programa da NBC que, em Setembro de
1947, transmitiu a leitura integral do conto por Basil Rathbone.
Gatos aguardando o teste para a filmagem - Hollywood, 1962 |
Vincent Price, Peter Lorre, e Joyce Jameson |
Nenhum comentário:
Postar um comentário